Urna eletrônica completa 29 anos como símbolo de inovação e segurança nas eleições brasileiras

Em 13 de maio de 1996, as primeiras urnas foram enviadas pelo TSE aos TREs, para que os Regionais conhecessem o equipamento que seria usado nas eleições municipais daquele ano; inovação foi resposta a um histórico de fraudes que marcaram o sistema de votação manual do país

Urna eletrônica 2020 - 28.10.2022

A urna eletrônica completa 29 anos de existência neste 13 de maio de 2025, consolidando-se como um dos símbolos mais importantes da modernização do processo eleitoral no Brasil. Criado em 1996 pela Justiça Eleitoral, o equipamento surgiu como resposta direta a um histórico de fraudes que marcaram o sistema de votação manual brasileiro desde o período imperial. 

Tecnologia contra fraudes eleitorais 

Durante décadas, as eleições no Brasil foram marcadas por fraudes estruturais e recorrentes. Desde o Império, práticas como coação de eleitores, manipulação de cédulas, troca de urnas e inserção de votos falsos eram comuns. Essas ações faziam parte do embate político e envolviam o eleitor, o voto e o candidato. 

Apesar de avanços institucionais, como a criação da Justiça Eleitoral, em 1932, foi somente com a informatização do processo eleitoral que o combate às fraudes ganhou eficiência real. A automação passou a ser fundamental para reduzir ao máximo a intervenção humana, principal fonte de erros, intencionais ou não. 

Entre os tipos mais comuns de fraude durante a votação manual estavam: 

  • Urna grávida ou emprenhada: cédulas preenchidas eram colocadas nas urnas antes do início da votação. 
  • Substituição de urnas: urnas oficiais eram trocadas por outras com votos já inseridos. 
  • Roubo de urnas: equipamentos eram roubados antes de chegar às seções, inviabilizando a votação. 
  • Voto formiguinha: cédulas oficiais eram desviadas e reutilizadas para fraudar sucessivos votos. 
  • Voto em estoque: cédulas do estoque de segurança eram preenchidas e inseridas indevidamente nas urnas. 

Foi nesse contexto que a informatização do processo eleitoral se tornou inevitável. A urna eletrônica nasceu como uma resposta eficiente para eliminar essas fragilidades, garantindo mais segurança, rapidez e confiabilidade às eleições. 

A chegada da urna eletrônica 

Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE - Modelos de Urna Eletrônica - UE 1996

Em 1996, a Justiça Eleitoral implementou a urna eletrônica — uma inovação que transformou a votação no país. O primeiro modelo, o UE96, possuía teclado numérico semelhante ao de um telefone, com números em braile, além de impressora de votos. O equipamento foi utilizado em todas as capitais, exceto no Distrito Federal, e em 31 municípios com mais de 200 mil eleitores, atingindo cerca de 30% do eleitorado do país. O objetivo era claro: garantir maior celeridade, sigilo, segurança e eficiência, tanto na votação quanto na apuração.  

A expansão foi rápida. Em 1998, a votação eletrônica ocorreu em 537 municípios com mais de 40 mil eleitores e, em 2000, o sistema passou a ser utilizado em todos os municípios brasileiros, informatizando completamente as eleições. 

Inovação contínua 

Desde sua criação, a urna eletrônica passou por diversas atualizações tecnológicas, tanto em seu hardware quanto nos softwares. A cada eleição, novas funcionalidades são incorporadas, acompanhando os avanços da tecnologia da informação e reforçando os princípios de sigilo, celeridade e integridade do voto. 

Desde a UE96 até a UE2022, modelo mais novo de urna eletrônica, fabricado em 2023, foram desenvolvidas 14 versões. A última geração possui novo design e melhorias relacionadas à capacidade de processamento das informações, interação com o mesário por meio de teclado sensível ao toque e diretivas de segurança do equipamento. A evolução desses aparelhos trouxe avanços expressivos em diversas frentes: 

  • Segurança: a urna eletrônica possui uma arquitetura de segurança única no mundo, com uso de criptografia avançada, lacres físicos reforçados e sistemas que só funcionam no próprio equipamento. 
  • Transparência: o processo eleitoral é auditável em todas as suas etapas, da votação à totalização, com diversos mecanismos que garantem a integridade dos votos. 
  • Acessibilidade: foram implementados recursos como fones de ouvido, sintetizador de voz, teclado em braile e intérprete da Libras na tela da urna, facilitando a votação para pessoas com deficiência. 
  • Celeridade: os novos modelos tornaram a votação e a apuração mais rápidas, reduzindo o tempo de habilitação dos eleitores e a divulgação dos resultados. 
  • Sustentabilidade: os equipamentos mais recentes são energeticamente mais eficientes, mais duráveis e recicláveis, contribuindo para a preservação ambiental. 

Biometria: tecnologia contra fraudes de identidade 

Biometria

Desde 2008, a Justiça Eleitoral passou a utilizar a identificação por impressões digitais para reconhecer biometricamente o eleitorado. A coleta da biometria é um serviço eleitoral obrigatório e gratuito, realizado exclusivamente em atendimentos presenciais. 

A identificação biométrica torna o processo eleitoral ainda mais seguro, ao impedir que uma pessoa tente votar no lugar de outra e ao possibilitar a detecção de registros duplicados no cadastro eleitoral. Essa tecnologia é mais uma medida adotada pela Justiça Eleitoral para reduzir a intervenção humana na votação, principal fator de vulnerabilidade do sistema no passado. 

A biometria também integra a base de dados da Identificação Civil Nacional, programa criado para identificar cidadãs e cidadãos brasileiros em suas relações com o Estado, oferecendo mais segurança e praticidade no acesso a diversos serviços públicos. 

O processo começa com a coleta da impressão digital, da assinatura e da foto da eleitora ou do eleitor, que são então inseridos no cadastro eleitoral. A partir desse registro, a impressão digital pode ser utilizada para a identificação biométrica no momento do voto. 

Atualmente, dos mais de 150 milhões de eleitoras e eleitores aptos a votar, cerca de 86% — mais de 137 milhões de pessoas — já possuem dados biométricos cadastrados. 

Um marco democrático 

Mais do que um equipamento eletrônico, a urna simboliza uma virada de chave na história democrática brasileira. Ela representa a superação de um passado marcado por incertezas e fraudes eleitorais e reforça a confiança do eleitor nas eleições. Em 29 anos de uso, nunca se comprovou qualquer fraude no sistema eletrônico de votação brasileiro. 

A urna eletrônica é, portanto, muito mais do que uma ferramenta tecnológica: é uma conquista cívica, resultado de décadas de aperfeiçoamento institucional, e um símbolo de um Brasil que quer seguir escolhendo seu futuro com liberdade e segurança. 

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)


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