Semana de combate ao assédio e à discriminação do TRE-SP tem orientações sobre prevenção e acolhimento
Palestras, debates e oficinas abordaram estratégias para combater o problema e proporcionar um ambiente de trabalho saudável

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) realizou uma série de atividades durante a Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação, que terminou nesta sexta (9) e teve o tema “Meu voto é Contra o Assédio”. Foram promovidos debates, oficinas e palestras que abordaram as formas do assédio, incluindo o moral e suas consequências, as propostas de enfrentamento ao problema e as estratégias para ter um ambiente de trabalho saudável. O evento reuniu integrantes da magistratura e o corpo de servidores da Justiça Eleitoral.
O presidente do TRE-SP, desembargador Silmar Fernandes, destacou a importância dos debates sobre o tema no âmbito do Tribunal na abertura da semana, na segunda (5). “É com grande satisfação que realizamos este evento, é uma ação que reafirma o compromisso do TRE de São Paulo com a promoção de um ambiente institucional ético, respeitoso e inclusivo”, declarou. O evento também contou com a presença do vice-presidente e corregedor do TRE-SP, desembargador Encinas Manfré.
Uma das palestras, proferida pelo coordenador de Atenção à Saúde do Tribunal, psiquiatra Alexandre Maezuka, explanou a visão do profissional de saúde mental sobre o assédio moral e suas consequências. “É uma conduta abusiva, hostil, humilhante, que busca destruir aquele outro indivíduo, geralmente constante. [O assédio] vai causar algum tipo de dano, seja psicológico, físico ou mesmo econômico, violando a dignidade e os direitos”, disse.
Ele descreveu os tipos de assédio e informou como identificá-los, salientando ser fundamental o acolhimento às vítimas que sofrem com a violência no ambiente de trabalho. O presidente da Comissão de 2º Grau de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TRE-SP, juiz Ronnie Soares, falou sobre o compromisso da instituição em trazer à tona discussões e soluções para o combate ao assédio. “Esse trabalho visa a prevenção. Por parte da comissão, vamos trazer esse esclarecimento aos nossos colaboradores, para que possam contar conosco caso sintam a necessidade desse atendimento.”
Na terça (6) e na quarta (7), houve a oficina “Jogo do Silêncio”, um exercício de sensibilização sobre as dinâmicas de assédio e suas implicações emocionais e sociais. A dinâmica mostrou como o assédio pode surgir de forma sutil, silenciosa, e ainda assim causar impactos profundos, não apenas na vítima, mas em todo o ambiente. Além disso, reforçou a importância de que denúncias sejam feitas com responsabilidade e base em evidências, para que os envolvidos possam ser devidamente responsabilizados.
Preocupação com o bem-estar
Os eventos da Semana de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio também foram integrados à programação do 4º Encontro da Justiça Eleitoral Paulista, que ocorreu na Universidade Mackenzie. Na quinta (8), houve a palestra “Prevenção do Assédio e Bem-estar no Trabalho: Promovendo Ambientes Saudáveis”, proferida pela professora Lis Andréa Soboll.
Pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Soboll convocou as gestoras e os gestores ao autorreconhecimento sobre a própria trajetória e expressou que é preciso, especialmente no serviço público, mudar o paradigma da gestão intuitiva para a gestão profissional. “Assédios não precisavam acontecer, eles estão acontecendo porque não estamos nos entendendo e respeitando os nossos limites. Estamos vivendo como seres performáticos, de aparência, que não podemos ter dúvidas, que não sabemos lidar com o erro”, frisou.
Já na sexta (9), a programação foi encerrada com a divulgação do vídeo institucional com as orientações de acesso ao canal de denúncia da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do Tribunal.