Dia do Intérprete de Libras destaca inclusão nas eleições e atuação do TRE-SP

Com aproximadamente 30 mil eleitores com deficiência auditiva no estado, Justiça Eleitoral reforça inclusão com intérpretes, treinamentos e materiais acessíveis

Com aproximadamente 30 mil eleitores com deficiência auditiva no estado, Justiça Eleitoral refor...

Em julho, 26 é o Dia do Intérprete de Libras, data que reconhece a importância desses profissionais que abrem caminhos para a cidadania de milhões de brasileiros com deficiência auditiva. No Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), os intérpretes têm papel fundamental para que a democracia chegue a todos. Somente no Estado de São Paulo, aproximadamente 30 mil eleitores com deficiência auditiva estão cadastrados na Justiça Eleitoral.

A chefe da Seção de Gestão da Acessibilidade e Inclusão do TRE-SP, Gabriela Fabre, destaca que o trabalho desses profissionais vai muito além da tradução. “Sua atuação transcende a mera comunicação, garantindo que o cidadão surdo possa exercer plenamente seus direitos políticos, participar ativamente do processo eleitoral e compreender as informações e procedimentos de forma autônoma e em igualdade de condições. É um elo fundamental para a democratização e para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa”, afirma.

Desde 2020, uma parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência possibilitou o uso do aplicativo Central de Intermediação de Libras (CIL) nos locais de votação da capital. A partir de 2024, com um acordo de cooperação técnica firmado entre o Tribunal e a Secretaria Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência, eleitores de todo o estado puderam ter acesso à ferramenta que viabiliza tradução simultânea por videochamada, conectando o eleitor a um intérprete em tempo real e facilitando o atendimento no dia da eleição.

Nas eleições municipais de 2024, a acessibilidade foi ampliada com o Projeto Libras, que reforçou o atendimento presencial nos locais de votação. No primeiro turno, mais de 1,7 mil voluntários com conhecimento em Libras atuaram em todo o estado: 341 na capital e 1.140 no interior. No segundo turno, outros 682 intérpretes foram mobilizados, oferecendo apoio direto aos eleitores surdos.

Mas o compromisso com a inclusão não se limita aos dias de votação. O TRE-SP também promove treinamentos específicos para mesários, desenvolve materiais informativos acessíveis e oferece orientações voltadas à comunicação com eleitores surdos, garantindo que todas as etapas do processo eleitoral sejam compreensíveis e acolhedoras.

Um bom exemplo desse esforço contínuo vem da 365ª Zona Eleitoral de Mauá, onde a chefe do cartório, Cyntia Lima, criou há seis anos um projeto que incentiva a participação de mesários com deficiência auditiva e promove o ensino de Libras entre os servidores. A iniciativa surgiu de uma experiência pessoal, marcada pela frustração e pelo desejo de mudança. “Eu trabalhei por oito anos na secretaria do tribunal e fui removida para o cartório. Como todo mundo que chega, eu não conhecia a realidade do cargo e comecei pelo balcão, aprendendo a fazer títulos e atendendo os eleitores. Um dia, nós recebemos no cartório um eleitor surdo, e então me deparei com a dificuldade de comunicação para fazer o atendimento”, conta.

Na ocasião, uma servidora que tinha um sobrinho surdo ajudou na conversa usando sinais caseiros, mas a situação despertou em Cyntia a vontade de fazer mais. “Aquilo me causou um sentimento de indignação, porque eu me senti impotente por não conseguir me comunicar. Como era um ano de eleição, fui procurar um lugar para aprender Libras.”

Desde então, o cartório passou a ser visto como um espaço de acolhimento para a comunidade surda da região. “Eles começaram a dizer para amigos e parentes surdos que poderiam ir à 365ª ZE, que seriam atendidos e com isso, foram ganhando autonomia”, conta.

Hoje, todos os coordenadores de acessibilidade da zona sabem Libras e o treinamento vai além. “Na eleição passada, em 2024, eu trouxe um professor cego para conversar com eles e foi bem bacana. Também já trouxe um rapaz surdo que está perdendo a visão, então ele vai se tornar surdo-cego.”

Além de todo o trabalho diário, Cyntia também destaca o papel essencial dos intérpretes nos dias de eleição, inclusive em situações que poderiam gerar desinformação. Ela relembra um episódio marcante, em que uma eleitora com deficiência auditiva saiu da cabine frustrada, sem conseguir votar. “Provavelmente ela trabalhava em outra cidade, foi abordada por campanha eleitoral, e estava com o número de um candidato de outro município. Realmente, não conseguiria votar em Mauá com aquele número. Então, foi fundamental ter uma intérprete ali para explicar como funcionava. Caso contrário, ela poderia achar que havia um problema com a urna e não era o caso”, explica.


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