TRE-SP participa de encontro de Cortes Eleitorais em Goiás
A 89ª edição do Coptrel, realizada em Pirenópolis, reuniu presidentes, diretores-gerais e servidores da Justiça Eleitoral para discutir planejamento e desafios das Eleições 2026

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Silmar Fernandes, participou do 89º Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (Coptrel), realizado nos dias 9 e 10, em Pirenópolis (GO).

O encontro, sediado pelo TRE-GO, reuniu presidentes, diretores-gerais e assessores de comunicação de todo o país com o objetivo de alinhar estratégias, debater e compartilhar experiências com foco nas Eleições 2026.
Programação e debates centrais
A programação teve início na quinta-feira (9) com as reuniões preparatórias. Os diretores-gerais focaram em temas como o uso de novas tecnologias e aprimoramento de procedimentos administrativos.
O diretor-geral do TRE-SP, Claucio Corrêa, apresentou um painel sobre os principais aspectos da nova política de acessibilidade, a qual está em tramitação no CNJ.
Na reunião dos assessores de comunicação foram debatidas iniciativas para atuação colaborativa e coordenada entre os Regionais, por meio de campanhas de comunicação e publicações institucionais.
Além do presidente do TRE-SP e do diretor-geral, participaram do evento a juíza assessora da Presidência, Fernanda Mendes Simões Colombini, a secretária da Presidência, Denise Lira de Campos, e o secretário de Comunicação Social, Vitor Amaral.

Solenidade de abertura
A solenidade de abertura do 89º Coptrel ocorreu ainda na noite da quinta (9), reunindo presidentes das Cortes e autoridades dos Três Poderes. A cerimônia foi conduzida pelo presidente do Colégio e dirigente da Corte de Mato Grosso do Sul, desembargador Carlos Eduardo Contar.
Em seu discurso, o desembargador Contar agradeceu a presença dos participantes e ressaltou os 30 anos de atuação do colegiado, criado em 1995. Ele enfatizou também a importância da união entre os Tribunais Regionais Eleitorais em prol do aperfeiçoamento das atividades judiciais e administrativas. Por fim, desejou que o 89º Coptrel fosse “um espaço de debate amplo, livre e consciente, capaz de semear mudanças positivas no âmbito da Justiça Eleitoral brasileira”.

A cerimônia foi encerrada com a palestra magna do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, intitulada “Goiás, um Estado com Saudades do Futuro”.
História e inovação pautam segundo dia
A manhã do segundo dia do 89º Coptrel foi dedicada a uma agenda que uniu o resgate histórico da Justiça Eleitoral e o debate sobre Inteligência Artificial (IA).
O presidente do TRE-GO, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, destacou a relevância de Goiás sediar o evento pela primeira vez em três décadas de existência do colegiado. "Sediar o Coptrel após 30 anos é um objetivo institucional cumprido e um marco que reforça o papel do TRE-GO no cenário nacional da Justiça Eleitoral", afirmou.
A programação prosseguiu com duas palestras centrais. O promotor do Ministério Público de Goiás, Jales Coelho, ministrou a exposição “A criação da Justiça Eleitoral no contexto do autoritarismo”, explorando os antecedentes históricos da Corte.
Na sequência, o professor Celso Camilo abordou a inovação e o futuro com a palestra “Tudo o que gostaria de saber sobre inteligência artificial e ninguém te contou”, focando nas ferramentas de IA aplicáveis ao sistema de Justiça.
A programação da tarde teve discussões sobre a democracia brasileira, o uso de novas tecnologias no combate à desinformação e a apresentação de projetos inovadores dos Regionais.
No encerramento do encontro, a Carta de Pirenópolis, documento que consolida as principais deliberações do colegiado, foi lida e assinada pelos presidentes das Cortes Eleitorais.
Confira a íntegra da Carta de Pirenópolis
O COLÉGIO DE PRESIDENTES DOS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS, em sua octogésima nona reunião, realizada nos dias 09 e 10 de outubro de 2025, na cidade de Pirenópolis, Goiás, após deliberar sobre os temas constantes da pauta e de manifesta relevância para a Justiça Eleitoral, concluiu:
- No cenário de transformações sociais, políticas e tecnológicas, a Justiça Eleitoral reconhece os desafios que emergem sob formas digitais, discursivas e simbólicas. Diante disso, é necessária a consolidação de um modelo de atuação no qual sejam garantidas eleições íntegras, livres de fraudes e interferências indevidas de poder, de forma que a Justiça Eleitoral reafirme sua missão histórica de proteger a democracia assegurar a liberdade de escolha do eleitor, em todas as suas dimensões;
- Os tempos atuais exigem novas maneiras de pensar e agir. O avanço da inteligência artificial, as mudanças nas dinâmicas da comunicação, as novas demandas sociais por participação e inclusão desafiam a Justiça Eleitoral a romper paradigmas e reinventar seus modos de organização e de servir à sociedade;
- A difusão de conteúdos falsos e ataques à integridade da Justiça Eleitoral exigem uma resposta institucional firme, coordenada e baseada em evidências. Assim, como um dos eixos centrais da atuação da Justiça Eleitoral, é necessário reforçar o compromisso com ações de educação midiática, transparência e diálogo com a sociedade, em parceria com órgãos públicos, instituições de ensino, entidades da sociedade civil e plataformas digitais;
- A inovação colaborativa, com a construção conjunta de soluções tecnológicas entre os Tribunais Regionais Eleitorais, faz-se necessária como modo de consolidar um sistema de confiança, segurança e legitimidade, possibilitando à Justiça Eleitoral obter mecanismos de proteção à democracia, utilizando a tecnologia como instrumento de eficiência;
- Os presidentes reafirmam a disposição de atuar de forma coordenada e colaborativa com o Tribunal Superior Eleitoral de modo a aperfeiçoar a gestão eleitoral, fortalecendo a unidade institucional.








