Vivendo uma experiência eleitoral completa, estudantes do Colégio Presbiteriano Mackenzie participaram do projeto Mackeleições, realizado em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A jornada começou na segunda-feira, 22 de setembro, quando os alunos do 9º ano visitaram a sede do TRE-SP. 

Recebidos pela Escola Judiciária Eleitoral Paulista (Ejep), eles conheceram de perto o funcionamento da Justiça Eleitoral, participaram de uma roda de conversa e receberam treinamento para atuar como mesários.

A juíza assessora da Presidência, Fernanda Colombini, recebeu os estudantes e ressaltou a importância da participação dos jovens na iniciativa. “Isso que estamos fazendo não é propriamente uma brincadeira, mas sim uma maneira lúdica de ensinar política para os jovens. Só de vocês estarem participando e tendo consciência do que é o processo eleitoral já demonstra que todos estão no caminho certo”, comentou.

A magistrada também conversou com os grupos que disputaram a eleição, ouviu propostas de campanha e enfatizou o papel essencial dos mesários no processo eleitoral. “Sem os mesários a gente não tem eleição, a gente não consegue eleger e diplomar os vencedores desse momento de cidadania”, destacou.

Eleições no colégio

Na quinta-feira (25), chegou a vez das urnas eletrônicas entrarem em cena. Participaram da votação para escolher o novo grêmio estudantil 717 estudantes dos 7º aos 9º anos. Com direito a 8 chapas e campanhas organizadas, a eleição contou com toda a emoção de um pleito oficial.

Antes do anúncio do vencedor, o professor de História e  um dos idealizadores do projeto, Ricardo Peres, falou sobre o empenho dos estudantes na ação. “Todos merecem os parabéns pelo engajamento, principalmente porque nos últimos três anos eles passaram de eleitores a participantes como membros efetivos do projeto, e isso é de uma alegria imensa”, ressaltou.

A coordenadora da Ejep, Vanessa Diniz, também parabenizou a todos envolvidos no processo. “Quero parabenizar os candidatos pela participação em todas essas etapas, agradecer os mesários e parabenizar aos eleitores também, pois tivemos uma votação tranquila e muito rápida.”

Ao final da apuração, a chapa 74 – Mack Detona Ralph foi a vencedora, com 156 votos, seguida pela chapa 71 – King Kong Mackenzie (145 votos) e pelo grupo 75 - Unidos pelo Mackenzie (136 votos). Ao todo, foram oito chapas que concorreram.

Diplomação

A última semana de setembro terminou em clima de celebração. No dia 29, o auditório Ruy Barbosa foi palco da diplomação dos estudantes que participaram de todas as etapas do processo eleitoral – incluindo os vencedores, todos os candidatos e os estudantes que atuaram como mesários.

A solenidade contou com a presença da juíza assessora da Presidência do TRE-SP, Fernanda Colombini; do diretor-geral do colégio, Ricardo Cassab; da coordenadora da Escola Judiciária Eleitoral Paulista (Ejep), Vanessa Diniz; dos coordenadores pedagógicos e professores Adriano Bareia e Anderson Magalhães; da assessora da capelania, Maria Eduarda, representando o capelão do colégio, reverendo Alexandre Antunes; da orientadora e professora Priscilla Hamaue; e das professoras Mara Gitti e Érica Alves.

Na abertura, o diretor-geral do colégio, Ricardo Cassab, destacou a relevância do projeto pedagógico que permitiu aos estudantes vivenciar, na prática, a representatividade de um processo eleitoral. “Esse projeto busca aproximar os estudantes da realidade cívica e social do país, promovendo uma compreensão crítica e responsável sobre o papel do cidadão em uma democracia”, pontuou.

Já a coordenadora da Ejep, Vanessa Diniz, além de parabenizar os envolvidos, reforçou a importância do voto e lembrou que até mesmo uma abstenção pode mudar os rumos de uma eleição. Neste ano, a taxa de abstenção na votação do grêmio estudantil chegou a 14,64%, o que corresponde a 123 alunos que não compareceram às urnas.

Para exemplificar o impacto da participação, ela ressaltou que a diferença entre alguns colocados foi mínima: 11 votos separaram o primeiro do segundo lugar; 9, o segundo do terceiro; e 10, o terceiro do quarto. Números que, segundo ela, mostram como cada voto pode ser decisivo.

A coordenadora da Ejep ainda pediu a colaboração de todos os candidatos para a execução do que foi prometido pela chapa vencedora. “Não basta que a gente prometa e faça campanhas que tenham ideias produtivas para o colégio, mas que a gente realmente execute. E para que isso seja executado, para que esses candidatos eleitos tenham sucesso, eu vou convidar todos os candidatos a participarem também da execução”, convocou.

A juíza Fernanda Colombini também discursou durante a cerimônia, ressaltando como o papel aproxima os jovens da cidadania. Ela também parabenizou a presidente do partido, a aluna Sara Batista, destacando o orgulho pela participação expressiva das meninas dentro do projeto, uma vez que metade das candidaturas eram femininas. 

A juíza assessora da Presidência do TRE-SP também aproveitou para celebrar o papel dos mesários. “Os mesários também são parte fundamental desse processo eleitoral. Eles conferem transparência, legitimidade. No estado de São Paulo, provavelmente isso vocês já aprenderam, são entre 400 e 500 mil pessoas que trabalham numa eleição, e uma boa parte delas, mais de 400 mil, são mesários, muitos deles voluntários, pessoas que querem participar desse processo. Então essa participação é fundamental para o nosso processo eleitoral”, afirmou.

A presidente da chapa vencedora, Sara Batista, subiu ao palco para agradecer ao auditório, incluindo os partidos adversários que fizeram parte e “estiveram com eles em todo esse processo”, mencionando o surgimento de novas amizades durante a eleição.

O encerramento foi conduzido pelo professor Anderson Magalhães, que apontou outra vez a importância do projeto na construção da cidadania de jovens eleitores e agradeceu ao Tribunal. “Não posso deixar de agradecer toda a equipe do TRE-SP que fez com que tudo isso pudesse acontecer na prática. Desde o nosso debate, a nossa visita e treinamento no TRE, assim como as eleições e hoje essa diplomação.” 

O professor também parabenizou os estudantes, candidatos, mesários e eleitores, citando a boa conduta e a “campanha limpa” feita pelos partidos. Antes de declarar encerrada a diplomação, Anderson chamou os vencedores ao palco, declarando a futura cooperação entre os alunos, a coordenação e a diretoria escolar, “para que nós possamos colocar em prática tudo aquilo que eles propuseram e vocês aprovaram.”

O projeto

Criado há cerca de 10 anos pelo professor de história Ricardo Peres e outros docentes, o Mackeleições nasceu de debates em sala de aula sobre a República Velha e as fraudes eleitorais do período. De lá para cá, consolidou-se como um laboratório político que simula todas as etapas de um processo democrático, da criação dos partidos à atuação dos mesários.

Nos últimos anos, o projeto passou a contar com a parceria do TRE-SP, o que tornou a experiência ainda mais próxima de uma eleição real. Professores relatam que muitos alunos aguardam ansiosos, desde o sexto ano, a chance de participar desse evento no 9º ano.

A coordenadora da Ejep, Vanessa Diniz, explica que cooperar com eleições de grêmios estudantis é uma oportunidade de apresentar aos futuros eleitores todas as etapas do processo eleitoral. “As atividades abarcam desde a escolha dos candidatos em sala, realização das campanhas, apresentação das respectivas propostas e  debates entre os candidatos,  culminando na eleição do representante com a utilização da urna eletrônica”, ressalta.

A Escola Judiciária Eleitoral Paulista também prepara e disponibiliza materiais educativos para ações de educação para a cidadania política, utilizados por chefes de cartório eleitoral, professores e educadores. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail ejep@tre-sp.jus.br.

imprensa@tre-sp.jus.br