Conheça alguns dos mesários mais experientes de São Paulo

O advogado Ary Prizant atua na função há 69 anos

O advogado Ary Prizant atua na função há 69 anos - TRE-SP
O mesário Ary Prizant com diferentes modelos de urna em madeira, lona e eletrônica

O ano era 1953. No dia 22 de março, os paulistanos foram às urnas para escolher o seu prefeito. Era a primeira eleição municipal direta em São Paulo desde 1925, pois durante a Era Vargas (de 1930 a 1945) os prefeitos da capital eram nomeados por interventores escolhidos por Getúlio Vargas e, depois do fim do Estado Novo, pelos governadores. O então jovem Jânio Quadros foi eleito com 65,8% dos votos.

Foi a primeira vez que o advogado Ary Prizant, 91 anos, foi convocado para servir como mesário da Justiça Eleitoral. Na época, ele nem imaginava que iria exercer essa função pelas próximas sete décadas. “Sempre tive essa veia patriótica, de ajudar o meu país a defender a democracia. E as eleições significam isso. Com a minha idade, já passei por duas ditaduras e sei que isso não é bom”, afirma.

Desde então, ele diz que foi mesário em todas as votações em São Paulo. De lá para cá, foram realizadas 40 eleições na capital paulista, além do plebiscito sobre o sistema de governo em 1993 (a única da qual Prizant afirma não ter participado) e dos referendos sobre o parlamentarismo em 1963 e sobre o Estatuto do Desarmamento em 2005.

Além de testemunhar o desenrolar da história política do Brasil, o advogado também assistiu de perto à evolução tecnológica do sistema eleitoral – das caixas de madeira para as urnas em lona até chegar, finalmente, às urnas eletrônicas, que foram adotadas a partir de 1996. “Antes havia muitas possibilidades de fraude e a apuração levava dias. Agora é uma maravilha, temos um sistema que o mundo inteiro respeita e enaltece”, afirma.

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Voluntários

Pela sua longa contribuição à Justiça Eleitoral, o advogado já recebeu até uma medalha do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Nas eleições deste ano, novamente ele vai reforçar com a sua experiência o contingente de mesários que irão atuar nas 101.543 seções eleitorais do estado. Dos 400.271 mesários convocados, 63% são pessoas que se candidataram voluntariamente para trabalhar.

É o caso do empresário Roberto de Oliveira, 83 anos, que é mesário desde 2006. Ele se voluntariou pela primeira vez enquanto estava cursando a faculdade de Direito, na qual ingressou aos 78 anos. Os universitários que atuam como mesários têm este benefício: as horas trabalhadas podem ser usadas como atividade complementar ou extracurricular no seu curso.

Mas esse não foi o único motivo que o levou a se candidatar. “Gosto de sentir que estou prestando um serviço para a comunidade”, afirma o empresário, que se formou em Direito em 2020, aos 81 anos, e ainda tem planos de prestar concurso e se tornar um servidor público. Se for aprovado, outra vantagem de ser mesário é que essa atuação pode servir como critério de desempate em alguns concursos, se isso estiver previsto em edital.

Outros benefícios para os mesários são dois dias de folga no emprego – seja em organizações públicas ou privadas – para cada dia de treinamento e de trabalho para a Justiça Eleitoral, além de auxílio-alimentação no dia da eleição. Mais informações sobre o serviço e como se voluntariar podem ser obtidas aqui.

Participação feminina

A grande maioria dos mesários que irão atuar nas próximas eleições é formada por mulheres: serão 282.679 convocadas, o equivalente a 71% do total. A professora de Química Roseli Antonieta Zizka, de Itanhaém, que tem uma experiência de 15 anos na função, é uma delas. Desde que foi convocada, nunca mais parou. “É um dever de cidadania. Eu me sinto muito honrada de poder ajudar.”

Outra mesária com muitos anos de serviço à Justiça Eleitoral é a gerente de restaurante Nerci Salete Bertochi, 64 anos, de Santo André. Ela é mesária voluntária desde 2002 e presidente de seção desde 2006. Guarda em uma pasta com capricho todas as suas convocações, crachás e materiais que recebeu desde que começou.

“Eu gosto de trabalhar na eleição, não vou pensando nas folgas. Acho muito importante dar a minha contribuição ao país. Sinto que estou fazendo a minha parte”, afirma.

Além do dever cívico, para ela os dias de eleição são também momentos de reencontros afetivos. “Quando comecei, no primeiro dia estava muito nervosa, era a única mulher da sala. Mas todos foram ótimos, ficamos muito amigos e até hoje eles vêm votar na minha seção. Estou há 20 anos na mesma seção, conheço todos os meus eleitores. É sempre uma alegria reencontrá-los”, conta.

Ela costuma levar balas e pirulitos para os filhos dos eleitores, além de café e bolachas para os seus companheiros de seção. E esse cuidado também é retribuído: “Tem um casal que é a coisa mais linda, em toda eleição eles levam bolo para a gente que está trabalhando”, conta.

O entusiasmo de Nerci é tanto que ela diz já ter inspirado mais de 50 pessoas a se candidatarem para atuar como mesários como ela. “Eu sempre digo: no dia da eleição, não fique em casa assistindo TV, vem pra cá também!”

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